sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um feliz natal e um grande 2011

Desejo a todos vocês leitores do blog um feliz natal e um maravilhoso 2011.

O ano de 2010 esta no fim, um ano de muitas conquistas e desafios.
Espero que como eu, todos vocês leitores tenham conseguido fechar o ano com saldo positivo.
Positivo emocionalmente, financeiramente, na familia, no trabalho etc...

Ano que vem vamos ter novas mudanças e mais novidades no blog.

Aguardem

Um grande abraço a todos vocês

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cognição Social na esquizofrenia : uma revisão de conceitos

Autores : Juana Teresa RODRÍGUEZ SOSA; Rafael TOURIÑO GONZÁLEZ

Archivos de Psiquiatría. 2010; 73:9 (12-noviembre-2010)


A cognição social se refere a como as pessoas pensam sobre elas mesmas e os outros. É um fato conhecido que a cognição social está deteriorada nos indivíduos com esquizofrenia. Recentes investigações sobre cognição social na esquizofenia têm mostrado uma relação entre a cognição social, a neurocognição e o funcionamento psicossocial. A cognição social poderia ser um importante objetivo no tratamento farmacológico e psicossocial. O propósito deste estudo é oferecer uma revisão da cognição social na esquizofrenia, apresentar alguns dos instrumentos válidos para avaliar a cognição social e revisar e melhorar os principais programas de intervenção.

Palavras Chave: Cognição social, Esquizofrenia, Teoria da Mente.

INTRODUÇÃO

Na década de 50 com o começo da psicofarmacologia a atenção da comunidade científica se focalizou inicialmente no controle da sintomatologia positiva da esquizofrenia. Posteriormente na ultimas décadas os estudos se detiveram nos sintomas negativos e na deterioração cognitiva atendendo ao funcionamento executivo, atenção e memória. O estudo da cognição social se inicia na década dos anos 90 quando de forma empírica se demonstrou que esta possui uma relevância funcional como variável mediadora entre a neurocognição e o nível de funcionamento social. Assim se desenvolveram novas intervenções centradas nos diferentes componentes que formam a cognição social (processamento emocional, percepção social, teoria da mente, esquemas sociais, conhecimento social e estilo atribucional). O critério kraepeliano que considerava a deterioração cognitiva como sintoma nuclear da esquizofrenia assim como a importância assinalada por Bleuler acerca dos sintomas deficitários na afetiviidade se renova nos últimos anos e levantam uma nova perspectiva dessa enfermidade.

O presente artigo tem como objetivo fazer uma revisão do conceito de cognição social e de seus componentes tentando estabelecer um enfoque integrador que explique a etiologia, evolução e aponte novas linhas de atuação em seu tratamento. Para isso realizou suas buscas nas principais bases de dados, Psycinfo, Medline, Pubmed.


O link para o texto completo se encontra em http://www.archivosdepsiquiatria.es/index.php?journal=adp&page=article&op=view&path%5B%5D=48&path%5B%5D=49

Vale muito a pena o artigo.

Creditos da tradução do resumo e introdução para Prof. Dra. Maria Christina Stroka ( christroka@terra.com.br )

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sindrome de Otelo - O ciume patológico

A síndrome de Otelo – Ciúme patológico

Otelo, o mouro de Veneza é personagem principal do romance do famoso britânico Willian Shakespeare, que conta a história de um homem que ama demais a esposa e que convencido de sua infidelidade, acaba a matando para logo após descobrir a inocência dela.

O conto de Shakespeare traça muitos paralelos com a nossa vida cotidiana. Nenhum relacionamento esta livre das desconfianças e das tentações que o mundo oferece, ainda mais nos dias de hoje que o apelo sexual esta em cada esquina. Porem existem pessoas que passam dos limites nas desconfianças e qualquer indicio, por mais absurdo que seja, é uma prova cabal da traição do parceiro. De fato, não são todos os relacionamentos que terminam em morte como o caso de Otelo, mas o crime passional, tem aumentado, vemos na TV vários casos de assassinatos ligados a términos de relacionamentos e traições.

Vamos falar um pouco do ciúme patológico, algo que movimenta grande parte dos casos de procura por terapia.

O ciúme patológico é definido como a persistente idéia de que o parceiro (a) possui outros relacionamentos, não importando qual seja a realidade da relação amorosa, pois a sensação é que a relação afetiva esta em constante ataque por parte de outras pessoas. Nesse sentido, a pessoa com ciúme patológico interpreta tudo no ambiente como uma prova da infidelidade do parceiro, já que a todo momento o sentimento é de que o relacionamento corre perigo.

Dizem que o ciúme é algo natural e esperado de qualquer relacionamento, afinal, quem gosta cuida e quer proteger o relacionamento e a pessoa amada. Não existe uma escala que nos diz quando o ciúme passa de “normal” para patológico, mas podemos perceber que o ciúme patológico causa intenso sofrimento para o casal, para o ciumento por que tudo vira uma prova clara da traição e para o parceiro que precisa se submeter a questionários, brigas, controles de todas as formas e todos os passos que dá e em alguns casos pode ter sua integridade física ameaçada.

A Síndrome de Otelo é diagnosticada quando existem sintomas e sinais específicos e em conjunto. Podemos dizer que as principais características dessa síndrome inclui: ter o controle do pessoa amada, checar contas de telefone, ler e-mails particulares, vasculhar bolsos, agendas, contas de cartão de crédito, contratar detetives, seguir a pessoa, telefonemas constantes, implicar com roupas que o outro use, implicar com amigos (as) e até mesmo parentes, não permitir que o parceiro saia desacompanhado, enfim… os exemplos são muitos.

É importante ressaltar que a pessoa que sofre do ciúme patológico fundamenta suas ações em distorções e falsas interpretações da realidade. Quando o ciúme ameaça a integridade do relacionamento e qualquer estimulo é interpretado como uma prova de traição, por mais irracional e absurdo que sejam os argumentos usados pelo ciumento, então é preciso ficar atento.

Quando existe agressão física e ameaças de diversas ordens, o relacionamento não tem mais chances de se tornar saudável sem a ajuda profissional de um terapeuta treinado para tal.

Quem se envolve com um ciumento patológico vive em constante ameaça, cobranças, brigas e precisa se justificar de tudo que faz a todo o momento. É um tipo de relacionamento penoso e desgastante, transtornos de ansiedade e depressão costumam se instalar na vitima do ciumento.

A vitima perde a identidade e a paz ( isso quando não perde a vida ), podemos citar o caso de Eloá Pimentel que foi mantida refém por 68 horas e morta por Lindenberg Alves em 2008, enfim, existem muitos exemplos do ciúme patológico que terminaram com a morte do ciumento ou da vitima do ciumento.

As terapias de abordagem comportamental ( Analise do Comportamento ) e Cognitivo Comportamental ( TCC ) são as mais indicadas possuindo estudos e pesquisas de alto grau de evidencia cientifica, atestando que de fato funcionam.

O ciúme patológico ou Síndrome de Otelo é um problema que existe há séculos e que afeta milhões de pessoas no mundo todo. É um problema tratável e com grandes possibilidades de melhora quando realizado por um profissional qualificado e devidamente treinado no manejo de situações de conflito causadas pelo ciúme patológico.

Aguardem os proximos textos sobre o tema.



segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A abordagem teórica nos escolhe ou nós a escolhemos???

Essa é uma pergunta muito comum dentro da Psicologia, principalmente em recém formados que bombardeados por tantas abordagens e informações contraditórias e desencontradas, acabam ficando frente a frente com um grande dilema: Que orientação teórica eu vou seguir??

É muito complicado se decidir por uma abordagem teórica que não se conhece. Muitos psicólogos defendem que a abordagem teórica é que escolhe o psicólogo e não o contrario. Eu particularmente acho isso absurdo, tendo em vista que a escolha da abordagem teórica deve se basear em dados racionais e reais e não em emoção. O próprio código de defesa do consumidor diz claramente que todos os serviços oferecidos ao consumidor deve se basear em qualidade e evidencias concretas de eficiência.

Muitas abordagens teóricas não possuem um corpo epistemológico coerente ( pra não dizer outra coisa ) e dizem abertamente que não se preocupam com a ciência, e o pior, dizem fazer seu próprio modo de ciência, onde podem “provar” que suas praticas se sustentam. O grande problema é que suas praticas possuem baixíssimo grau de evidencia e quando colocadas em prova pelo método cientifico falham. Isso se aplica perfeitamente as terapias holísticas e outros métodos esotéricos. Na verdade a medicina alternativa é um conjunto de praticas que nunca foram testadas cientificamente ou que quando colocados em testes falharam completamente.

Dentro da psicologia também temos muitas abordagens que não podem ser medidas e validadas através do método cientifico tradicional. Pra ser sincero existem pouquíssimas abordagens teóricas que se preocupam em validar suas praticas em exaustivos testes em laboratório ou em estudos clínicos. Dentre as abordagens que escolheram a ciência como base, estão a TCC ( Terapia Cognitivo Comportamental ) e a AC ( Analise do Comportamento ).

Eu escolhi a Analise do Comportamento como abordagem teórica por possuir um corpo epistemológico coerente e possuir uma base que valida suas praticas com rigor cientifico. A incansável busca por métodos mais eficientes de tratamento, a busca incessantes em desenvolver melhores formas de intervenção e a constante reciclagem e validação dos seus métodos me encantaram.

Acredito que a escolha da abordagem deve ser feita por métodos racionais, o profissional deve se perguntar que tipo de trabalho ele quer fazer com seu cliente, e com isso podemos formular a pergunta: “Quero dar o melhor para o meu cliente com técnicas e procedimentos validados por inúmeros trabalhos científicos dentro de um rigor grande ou devo dar um tratamento de qualquer coisa, apenas por que eu achei interessante o modo de pensar de um teórico X ou Y ?”

A resposta pode parecer obvia, mas de fato muitos recém formados e até profissionais não conseguem responder a essa pergunta.

A verdade é que a psicologia precisa mudar urgentemente a mentalidade dos seus profissionais, escolher uma abordagem apenas por se identificar com o pensamento do teórico ou dizer que a abordagem foi escolhida por simples ponto de vista convergente, é muito grave e quem vai sofrer com isso é o futuro cliente.

Para terminar esse breve texto, gostaria de citar uma frase de um colega de profissão que sempre se faz presente nesse tipo de debate no mundo da Psicologia, ele diz :

" A escolha da teoria deveria se dar por critérios racionais. O contrário, muito louvado em alguns nichos da Psicologia, é uma falha da formação, uma herança romântica nem um pouco bem-vinda a não ser que a estética lhe interesse mais que a ética..." ( R, Junio. 2010 )

quarta-feira, 2 de junho de 2010

6 perguntas sobre Bullying

1) Quais são os diferentes tipos de bullying ?

Existem diversos tipos de Bullying. Os mais comuns se referem a humilhação da vítima por apelidos que exaltam alguma característica física aparente ou até mesmo não tão aparente assim. As agressões físicas também são muito comuns.

Com a evolução da informática e mesmo da internet, outros tipos de Bullying tem sido registrados. O mais comum é o Cyber Bullying onde se faz montagens de fotos da vítima, geralmente de cunho pornográfico e homossexual ou se cria um perfil falso em redes de relacionamentos com dados reais e esse mesmo perfil fica relacionado em comunidades de pedofilia, prostituição ou homossexualidade

Segundo a delegacia de crimes virtuais de São Paulo, essa é a modalidade mais comum de Bullying pela internet. O Cyber Bullying é uma forma mais agressiva de Bullying, pois o alcance da internet é muito maior que no Bullying tradicional, e tem o agravante do autor ter o anonimato preservado. Se juntarmos a certeza do anonimato com a falta de legislação específica sobre crimes contra a honra praticados pela internet, teremos um terreno fértil para ataques caluniosos e em alguns casos criminosos com referências a ameaças de morte e espancamentos.

Existe ainda um outro tipo que é relativamente novo. É o sexling, onde existe a distribuição de fotos ou vídeos da vítima praticando sexo ou em poses sensuais. Namorados que perdem relacionamentos e são vingativos são especialistas nesse tipo de Bullying, que pode chegar a atos criminosos como chantagens financeiras ou favores sexuais para a não divulgação do material.

2) Quais podem ser as conseqüências pra uma vítima?

As marcas que ficam nas vítimas de bullying são muito fortes e infelizmente, na maioria das vezes mudam permanentemente a vida das vítimas. As marcas mais comuns são: Depressão, baixa auto-estima, muita dificuldade em relacionamentos sociais e muitas vezes transtornos de ansiedade como a Síndrome do Pânico ou o transtorno de Stress pós traumático se instalam.
O importante é ressaltar que o atendimento psicológico oferece resultados promissores em relação a todas essas marcas, principalmente as terapias de abordagem comportamental.
Com os anos de atendimento clinico, percebo que as vítimas de Bullying paralisam e não conseguem ver que precisam de ajuda. Tenho percebido que o discurso é sempre depressivo e muitos acham que não tem possibilidade de mudar. Julgam que não tem nada a fazer além de se acostumar e esperar o tempo passar para ver se melhora. Muitas vezes se sentem até responsáveis por serem vítimas. Infelizmente as coisas não funcionam assim e o tempo não ajuda a melhorar.

3) Em que situações/contextos esta prática é mais comum?

O Bullying acontece em diferentes ambientes e contextos. Geralmente esta dentro das escolas, academias, faculdades e empresas.
Um erro que se comete, é acreditar que o Bullying só é realizado por crianças e adolescentes.

Os adultos também praticam, as vezes de forma mais intensa e cruel. Um colega de trabalho popular que destrói a auto-estima do colega "nerd", é muito comum ou então um atleta mais forte que humilha e faz brincadeiras destrutivas com um atleta mais fraco. Enfim, o Bullying está em praticamente todos os contextos onde existe interação social.


4) Como os pais devem agir ao saberem que seus filhos são vítimas de Bullying?

É um ponto difícil, pois geralmente os adolescentes preferem se calar e aguentar as humilhações e agressões físicas, já que temem que se expuserem os Bullys ( nome dado ao agressor ), a situação ficaria muito pior do que já é.
O que sempre recomendo aos pais é que tenham um diálogo aberto e honesto com os filhos. Tendo essa relação de confiança estabelecida entre pais e filhos, é muito mais fácil um diálogo sobre o Bullying.
Ao perceber algo estranho, é dever dos pais prestar atenção e conversarem com o filho. Marcas roxas que aparecem sem explicação, notas que começam a cair, retraimento social, comportamento mais introvertido, dificuldades de aprendizagem e recusa em ir a escola são sinais indicativos de que algo esta errado e portanto merece uma atenção maior dos pais.

Ao se constatar o problema, os pais devem ir a escola e falar diretamente com o diretor ou supervisor educacional da instituição que o filho esta matriculado e expor o problema e exigir uma solução rápida Algumas escolas no Brasil já estão implantando programas anti Bullying com bons resultados.
Caso exista agressão física, ataques com dados reais pela internet (inclusive com o uso de documentos e fotos), é importante que a vítima e seus pais façam um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima Existe também a possibilidade de entrar com um pedido de investigação pelo site Safernet ( http://www.safernet.org.br/site/ ).

O site é formado por juristas, advogados, juízes e delegados e atua em parceiria com o ministério público, justamente nos crimes pela internet, o Cyber Bullying também é considerado um crime pela internet e portanto é passível de denúncia, investigação e punição civil ou penal de seus autores.
O atendimento psicológico é fundamental para a vítima de Bullying. Pois sabemos que ser alvo de humilhações frequentes, as vezes durante anos e anos, provocam problemas sérios e sem tratamento devido, podem ser permanentes e altamente incapacitantes.

5) Na sua opinião, por que o tema ganhou mais repercussão recentemente no Brasil? (É mais comum atualmente, ou a mídia que passou a dar mais destaque?)

O Bullying sempre existiu. A grande diferença é que a mídia está dando maior destaque ao problema. Alem disso, houve uma mudança de entendimento muito importante. O Bullying antigamente era considerado brincadeira e bobagem de criança e não como um problema sério. A mídia, sociólogos, Psicólogos e educadores começaram a perceber que em grandes tragédias com ataques homicidas, muitas vezes o histórico do assassino é de um adolescente tímido, calado e vítima de humilhações frequentes.

Se tem como exemplo os atentados nos EUA onde vítimas de bullying invadem escolas com armas de alto calibre e cometem verdadeiras atrocidades, matando colegas que outrora eram Bullys e logo após cometem suicídio ou então são mortos pela polícia. Podemos citar o massacre de Columbine em abril de 1999, que terminou com 15 mortos e 21 feridos graves. Os assassinos eram vitimas de Bullying e chegaram a fúria homicida em resposta por anos e anos de humilhações que sofriam.

6) Quais são as características que compõem o perfil psicológico do Bully?

O Bully geralmente é um indivíduo com baixa auto estima e pouca empatia. Quase sempre é uma pessoa que possui um atributo que o coloca como líder ou mesmo uma pessoa admirada. Pode ser um atleta, um aluno popular ou alguém fisicamente avantajado.

Como característica principal, podemos dizer que o Bully sente uma necessidade de dominar e subjugar os outros, gosta de impor suas vontades, gostos, preferências, custa a adaptar-se às regras, não aceita ser contrariado, é considerado pela turma como um ditador daquilo que é legal e do que não é.

Podemos até dizer que o Bully é aquele que forma um pequeno exército de aliados contra a vítima. Pois se não está com ele, então está contra ele.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Uso da punição como agente educador

Geralmente a tarefa de ser pai ou mãe é realmente muito ardua e trabalhosa, mas sempre muito recompensadora.

Os pais tendem a ficar muito angustiados com comportamentos que seus filhos apresentam, especialmente quando esses comportamento produzem algum tipo de problema. Esta conduta comumente é chamada pelo senso comum de disfuncional; e os comportamentos causadores do problema, de inadequados – pois são diferentes dos quais os parentes da criança julgam corretos. Os pais, por não conseguirem lidar com o problema, acabam agindo de forma bem intencionada; mas que não vai ter o efeito desejado; e pior, trazem mais consequências desagradaveis para o lar.

Talvez o questionamento mais frequente que os pais fazem aos Psicólogos e Educadores seja sobre o ato de punir. Até que ponto uma palmada ou bronca fazem efeito quando aplicada em uma criança tida como desobediente (por exemplo).

Bem, por definição, o ato de punir significa uma ação no ambiente que tem como propriedade a interrupção imediata do comportamento inadequado, como gritar em um lugar público por exemplo. Muitas vezes, para acabar com uma birra ou comportamento inadequado de qualquer ordem, os pais recorrem a punição como única alternativa. Existem, porém, várias outras formas de educar sem que se faça uso da punição.

Existem dois tipos de processo punitivo. O primeiro é a punição positiva; que, diferentemente do que o nome parece sugerir, ela não tem nada de legal. A punição positiva é assim descrita, por que adiciona um estimulo aversivo no ambiente que interrompe imediatamente o comportamento inadequado da criança ou seja, é uma ação do pai/mãe/responsável que faz com que a criança pare de se comportar inadequadamente na mesmo hora. Como exemplo, podemos falar que se uma criança está se quebrando alguma coisa e o pai vem e da um beliscão nela, a probabilidade dela parar de quebrar as coisas vai ser grande.

O grande problema, é que existem efeitos colaterais muitas vezes intensos; e que por isso, nem sempre justifica-se o uso da punição positiva. Um dos principais efeitos colaterais é que o comportamento causador do problema vai continuar acontecendo quando o agente punidor (mãe, pai ou responsavel) não estiver presente; ou seja , não existe modificação eficiente do comportamento problema, mas um deslocamento para uma situação onde o agente punidor não está presente. Podemos dizer, além disso, que a punição positiva apenas mostra a criança o que ela não deve fazer, mas não ensina o que ela deve fazer. Por sí só, esse efeito já desqualifica o uso da punição positiva para educar.

O bater pode levar a consequências mais perigosas, pois dependendo da estrutura psicológica dos pais, pode levar a um quadro de abuso fisico ou psicológico que se transforma em espancamentos e intenso medo na criança; podendo gerar stress pós traumatico e outros problemas como timidez e problemas nos relacionamentos afetivos e sociais.

Por outro lado existe outro tipo de punição de comportamentos inadequados, os analistas do comportamento chamam de “Punição Negativa”.

Nesse tipo de comportamento punitivo, podemos dizer que existe uma retirada de um estimulo reforçador como punição a um comportamento inadequado. Como exemplo, podemos usar a situação onde uma mãe retira o video game do filho que tirou notas baixas na escola ou então da retirada da sobremesa da filha que desobedeceu. É importante dizer que a punição negativa não necessariamente implica em retirada de um reforçador contingente a resposta inadequada, mas a qualquer reforçador para a criança.

A punição negativa parece ser uma forma de lidar com comportamentos problemas mais eficaz que a punição positiva e menos aversiva para o processo de educação. É importante ressaltar que a criança deve estar sendo comunicada com clareza sobre os motivos que levaram a retirada de um estimulo importante para ela.

Os pais devem colocar limites; regras claras e especificas. E quando essas regras são quebradas, devem aplicar as penalidades já acordadas com os filhos, ajudando-os a fazerem a ligação entre o descumprimento da regra e a conseqüência disso. Eles precisam saber o motivo da punição aplicada.

Em termos gerais podemos exemplificar com o seguinte esquema abaixo :

Existem métodos mais eficientes na educação como o reforço diferencial de outras (comportamentos) respostas (DRO) ou o reforço diferencial de (comportamentos) respostas alternativas (DRA). Essas duas formas além de extinguir os comportamentos “inadequados” das crianças sem recorrer a punição, ainda ensinam o comportamento esperado como alternativa ao comportamento (a ser eliminado) inadequado, que na aplicação do reforçamento diferencial, não vão ser consequênciadas, entrando em extinção e sendo substituidas por comportamentos adaptativos.

Em um proximo texto iremos explorar melhor os conceitos e aplicações do reforçamento diferencial de outras respostas (DRO) e o reforçamento diferencial de comportamentos alternativos (DRA) no processo de educação.



* Nota – O termo inadequado usado nesse texto é uma referencia a comportamentos não esperados dentro de regras culturalmente aceitas no Brasil. Obviamente, dizer o que é inadequado e o que é adequado merece um maior debate, pois, mesmo os educadores tem discordâncias sobre esse tema. O Uso do termo inadequado, apenas ilustra um comportamento da criança que está causando algum tipo de problema, seja para ela mesma ou seja para o convivio social de onde essa familia está inserida, independente de valores morais sobre o que é certo e errado.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Apresentação de Trabalho no SIPAT

Ola leitores.

Apresentei um trabalho no SIPAT ( Semana Internacional de prevenção de acidentes de trabalho ) sobre doenças do trabalho.

Foi uma apresentação muito bacana e o evento foi um sucesso.

Estive presente na sala de conferências da Brasoftware apresentando um trabalho sobre Depressão, ansiedade e Lesões por esforço repetitivo.

Os slides estão disponiveis em http://rapidshare.com/files/386281061/palestra.ppt

Grande abraço a todos e em breve vão ser publicados novos textos.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

III CURSO LIVRE DE INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA CLÍNICA E AO COMPORTAMENTO HUMANO

III CURSO LIVRE DE INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA CLÍNICA E AO COMPORTAMENTO HUMANO

Ano 2010

O curso tem por objetivo introduzir (1) o conhecimento teórico básico da análise do comportamento e a influência do ambiente na infância sobre o comportamento adulto; (2) os valores e princípios que norteiam a relação terapêutica e o estabelecimento do vínculo terapêutico; (3) as bases bio-fisiológicas do comportamento e (4) debater as queixas clínicas mais comuns (transtornos de ansiedade e depressões) sob a ótica da Medicina Oriental e da Análise do Comportamento. A partir dessas informações espera-se contribuir com o conhecimento do comportamento humano e melhorar a qualidade da relação do indivíduo, consigo e com o outro.

RESPONSABILIDADE: Grupo EthosKi: Psicologia e Acupuntura

COORDENAÇÃO: Profa.Dra. Maria Christinna Monteiro Stroka

CARGA HORÁRIA TOTAL: 96hs

DURAÇÃO: 6 meses

PERIODICIDADE: 24 encontros semanais, às quintas-feiras, das 19h às 22h.

Inicio – 04/março/2010

Término – 19/agosto/2010

METODOLOGIA: aulas expositivas, debates e dinâmicas

CERTIFICADO: mínimo de 75% de presença e de aproveitamento.

VAGAS: 06 (seis)*

* O curso ocorrerá com no mínimo 3 alunos.

PÚBLICO-ALVO: Especialmente organizado para psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, pedagogos e estudantes dessas áreas. O curso também poderá ser realizado por pessoas leigas nas áreas acima, que tenham interesse no entendimento e/ou conhecimento do comportamento humano, desde que estejam matriculados e freqüentando uma graduação universitária.

INSCRIÇÃO:

Por telefone: (11) 3086-4801 das 13h às 19h com Alana.

Pessoalmente: Rua Artur de Azevedo, 1217, cjs. 21 e 22, Pinheiros, São Paulo.

INVESTIMENTO MENSAL:

Profissionais: R$ 250,00

Estudantes: R$ 180,00

Formas de pagamento e desconto para profissionais:

Para pagamento até o dia 01 de cada mês: R$ 250,00.

Para pagamento até o dia 05 de cada mês: R$ 260,00.

Para pagamento até o dia 10 de cada mês: R$ 270,00.

Formas de pagamento e desconto para estudantes:

Para pagamento até o dia 01 de cada mês: R$ 180,00.

Para pagamento até o dia 05 de cada mês: R$ 190,00.

Para pagamento até o dia 10 de cada mês: R$ 200,00.

CURSOS DE EXTENSÃO

É possível realizar cada uma das disciplinas, separadamente, na qualidade de curso de extensão, sem necessidade de estar inscrito no curso.

INVESTIMENTO POR DISCIPLINA:

Mensalidade: R$ 100,00 (profissionais)

R$ 80,00 (estudantes)

DISCIPLINAS

Módulo 1: 04 de marco a 22 de abril

Conceitos Básicos da Análise do Comportamento: Entendendo como as pessoas aprendem.

Professor Responsável:

Marcelo Souza, psicólogo, crp 06/76621

Psicologia Infantil: A influência da relação familiar na infância no comportamento das pessoas.

Professora Responsável:

Simone Barbosa, psicóloga, crp 06/80230

Módulo 2: 29 de abril a 24 de junho

Relação e Vínculo Terapêutico: Aprendendo a estabelecer as bases para uma relação com o outro, saudável e curativa.

Professora Responsável:

Esp. Maria Inês Fernandez Rodriguez, psicóloga, crp 06/70982

Bio-fisiologia do Comportamento: Como o cérebro atua nos nossos comportamentos e sentimentos?

Professora Responsável:

Esp. Silvia Motta Cugnasca, psicóloga, crp 06/77872

Módulo 3: 01 de julho a 19 de agosto

Ansiedades e Depressões: Uma análise das doenças mais comuns do novo século pela ótica do pensamento oriental (Medicina Oriental) e do pensamento ocidental (Análise do Comportamento) e quais os cuidados a serem tomados quando o problema é identificado.

Professoras Responsáveis:

Esp. Cristina Pinheiro Taguchi, psicóloga, crp 06/70904

Profa. Dra. Maria Christinna Monteiro Stroka, psicóloga, crp 06/11590



terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Novas informações sobre a Clinica Social

Ola caros leitores.

Começamos 2010 já com muitas novidades.

O grupo Psicologia e Ciência está se transformando em um grupo forte de ensino e atendimento clinico em Psicoterapia Comportamental.

O site http://www.psicologiaeciencia.com.br/ já é um sucesso e está sendo visto como uma referência no ensino de Psicologia Comportamental na internet e tem sido usado em muitos cursos de formação na Terapia Comportamental de outros grupos, alem de ser um referencial nos grupos de estudos de universidades de todo o Brasil.

Sinto orgulho de comunicar a todos vocês, leitores que sempre apoiaram a ideia de um grupo forte e ético que está tudo se tornando realidade.

Aproveito para dizer que o projeto da Clinica Social já esta em andamento e já estou organizando os horarios para os atendimentos de pessoas que não tem como pagar o preço total da sessão , mas que precisam de atendimento psicológico para muitos problemas que estão vivendo.

Comunico que foi definido um preço simbólico para o atendimento clinico via Clinica Social.

Entendo que todos precisam ter acesso a psicoterapia, e não são todos que podem pagar o preço total. Portanto a ideia da clinica social é proporcionar atendimento de qualidade com ética e respeito a todas as pessoas de todas as classes sociais.

Já estou recebendo emails com nome, endereço e telefone para cadastro e posterior marcação de sessão.

Reintero que nesse momento são apenas 6 horarios disponiveis. Mas que em um futuro proximo, vão ser aumentados.

Se você precisa de terapia ou conhece alguem que precisa, essa é a hora. Por motivos éticos não posso colocar valores aqui no blog. Mas quem tiver interesse, pode entrar em contato para pedir maiores informações.

Aguardo o seu email heim ?

Um grande abraço.