terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Comportamento Verbal - Instrução e regra.

Existe uma importante diferença entre os termos regra e instrução, embora ambos sejam considerados estimulos verbais. O termo Regra é usado para contingências generalizadas e instrução para Contingências especificas ( Castanhaira, 2001 ; Cerutti 1989 ).
Regras / instruções e auto regras podem participar do controle do comportamento verbal e nao verbal ja que sao adiquiridos por contingências ambientais. Pensando nas vantagens e desvantagens entre essas formas de mudança do comportamento do cliente, podemos dizer que entre as vantagens que a instrução oferece é que existe uma facilitação à aquisição de novos comportamentos, principalmente quando são contingências complexas.
Segundo Skinner ( 1969 ) a instrução é utilizada para complementar contingências ambientais com baixo grau de discriminação. O problema é que usada em excesso, pode provocar uma redução na sensibilidade comportamental. De qualquer forma, a terapia como agência de controle, pode determinar a extenção da variabilidade do responder sob controle da contingência em vigor.
A Regra passada por um locutor, é diferente da auto instrução que é um estimulo verbal gerado pelo proprio individuo. Pensando na Analise Aplicada do Comportamento em contexto clinico, é sabido que é comum que o cliente se comporte em relação ao terapeuta da mesma forma que se comporta no ambiente em relação as outras pessoas. O controle exercido pelo terapeuta com instruções ou mesmo exercidas pelas auto-instruções facilitam a aquisição do repertório comportamental, mas pode reduzir a sensibilidade as mudanças nas contingências ambientais.
O terapeuta pode se utilizar de modelagem consequênciada diferencialmente as verbalizações do cliente de modo a selecionar por aproximações sucessivas o objetivo final ou apresentar análises funcionais prontas interpretando o comportamento do cliente, alem é claro do uso das instruções.
Como a instrução facilita a aquisição de novos comportamentos, mas pode diminuir a sensibilidade a contingência, é interessante se utilizar de estratégias de modelagem simultaneamente para evitar ou minimizar o efeito negativo que pode acontecer. Quanto o terapeuta, clara e precisamente aponta as variaveis de controle do comportamento problema e sugere um comportamento alternativo, a aquisição do novo comportamento é rapido, portanto é bom o terapeuta promover variabilidade comportamental de modo que, no caso de mudanças ambientais ( muitas delas imprevisiveis ), o cliente dispusesse de alternativas para lidar com essas mesmas mudanças, já que a manutenção do controle verbal é mais provavel quando existe um hístorico de reforçamento de comportamento de seguir regras.
O terapeuta tambem pode treinar seu cliente para discriminar quais intruções e auto-instruções devem ser seguidas ou não, por meio de reforçamento diferencial, já que um dos principais objetivos de uma terapia é estabelecer correspondência entre o quê o cliente diz ao terapeuta e o quê de fato o cliente faz em seu ambiente natural.
O terapeuta, através do comportamento verbal pode estabelecer contingências apropriadas para a aquisição de uma maior correspondencia entre dizer-fazer, sendo que pode ser implementadas contingências e considerar que o controle por auto-instruções é mais provável quando o dizer do cliente é desenvolvido por meio de modelagem, em vez de ser adiquirido por meio de instruções.
O terapeuta tambem pode treinar o cliente a implementar o comportamento alvo gradualmente fora da sessão e com isso diminuir a probabilidade de punição.

bibliografia

Rodrigues, J, A ; Heck, E.T.S : Instruções e Auto Instruções - Contribuições da pesquisa Basica. Cap 10
Marcelo Souza
Psicologo

sábado, 13 de dezembro de 2008

Alternativas à Punição

O tema Punição dentro da Analíse do Comportamento e de outras ciências naturais são sempre muito discutidos, desde suas aplicações e efeitos colaterais. A punição como supressora imediata de uma determinada resposta realmente funciona, porem carrega efeitos colaterais que em determinados casos inviabilizam seu uso já que os colaterais se sobrepõe aos seus beneficios.
Em primeira instancia, quando falamos de punição é provavel que se sinta repulsa, pois a palavra nos leva a pensar em dor ou sofrimento, mas se ampliarmos o conceito, estamos apenas falando de um estimulo adicionado em uma relação com o ambiente que suprime a resposta alvo de ser emitida. Quando falamos em punição, estamos falando em supressão de resposta e consequêntemente a extinção dessa mesma resposta e não em dor ou sofrimento. É a probabilidade da emissão da resposta ser diminuida e posteriormente extinta. Da mesma forma que quando falamos de reforçamento positivo, não estamos falando em bem estar e sim de controlar consequências nas contingências afim de aumentar a probabilidade de emissão de uma determinada resposta.
Vale lembrar que punir uma resposta as vezes é o unico caminho a se seguir como nos casos de auto agressão severa. ou mesmo de procedimentos de aprendizagem como ensinar uma criança a atravessar a rua. Não podemos permitir a auto agressão pois o comportamento em questão leva a danos e a punição evita um mal maior assim como não podemos modelar o comportamento de atravessar a rua por aproximação sucessiva já que a chance da criança ser atropelada é enorme nesse caso. Os procedimentos de modelagem portanto não são eficientes sendo necessaria a supressão imediata da resposta.

Alguns psicologos são completamente contra o uso de punição, mas o problema não é o uso em sí. O maior problema é que para o uso de procedimentos de punição é necessario analisar a situação e entender que é o unico caminho possivel para se proteger o individuo ou a sociedade que o cerca. É o caso dos criminosos. É impensavel a criação de politicas onde não exista punição para crimes previstos pelo nosso código penal. Claro que a punição por sí só nao é eficiente, pois um dos colaterais da punição é que a resposta acaba sendo suprimida unicamente na presença do agente punidor, continuando a ser emitida na sua ausencia. Obviamente a extinção seguida de reforçamento diferencial ( DRO ou DRA ) são infinitamente mais eficientes. A questão maior é punir apenas a resposta sem dar alternativas mais "saudáveis" não levam a modificação do comportamento de forma duradoura. Prender criminosos os punindo suprime o ato criminoso, mas não existe a correção e substituição de comportamentos lesivos a sociedade. Punir apenas por punir não é um caminho inteligente.

Talvez um dos maiores problemas é que o humano tem uma tendência a usar punição indiscriminadamente, suprimir uma resposta indesejavel imediatamente é muito mais reforçador do que se utilizar de outras estratégias como a modelação e reforçamento diferencial que demoram mais tempo para fazerem efeito, mas que levam a mudanças mais duradouras.
Em nossa cultura parece que é mais prazeiroso ( e estimulado ) punir a educar.

Outro exemplo classico são as nossas escolas. Muitas são movidas a punição ou reforço negativo. Os alunos estudam ( quando estudam...) para evitar punição. O mecanismo de fuga/esquiva em alguns alunos chega a ser fantastico de tão criativo.
Enfim, acredito que a punição como supressora imediata de uma resposta deva ser utilizada com parcimonia dentro de casos bem especificos seguidos por DRO ou DRA.
Creio que os analistas comportamentais têm muito a desenvolver, necessitando tambem entender que a Técnologia Comportamental não esta restrita apenas a Psicologia Clinica ou no laboratório, mas também tem grande valia dentro das politicas e instituições carcerarias, instituições de ensino ou mesmo em organizações empresariais.

Marcelo C. Souza
Psicólogo

sábado, 22 de novembro de 2008

Metacontingências e o planejamento de qualidade de vida.

"Compreender como entrelaçamento de contingências atuam na produção de uma consequência final, aumenta as chances de se elaborar planejamentos culturais adequados e eficazes. Os planejamentos bem sucedidos por sua vez podem tornar mais eficazes prevenções de doenças, molhorias no trânsito, processos educacionais, processos politicos dentre outros assuntos que dizem respeito a um individuo dentro de uma sociedade" ( Alencar, E. 2008 ).

A partir dessa explicação entendo melhor a importância, o poder e o perigo que apenas uma pessoa pode ter em uma cultura. O entrelaçamento de contingências realmente é alvo a ser mais estudado pois é o que acaba ditando como o grupo se comporta e atua no mundo. O responder de um individuo vira um Sd ( Estimulo Discriminativo ) para outro individuo e assim se forma uma cadeia que leva a uma consequência final que pode ser desde a paz mundial, até a 3º Guerra Mundial. Alguma lembrança do filme " Efeito Borboleta" ??
Acho que esse filme ilustra exatamente como as escolhas de uma pessoa interferem em outro individuo criando cadeias de comportamentos e eventos que levam a consequências desastrosas e mudando uma escolha, a cadeia muda e a consequência muda drasticamente. Claro que é um filme, apenas uma ficção, mas o conteudo e a mensagem não é. Fica a mensagem...

Pensando por um lado mais positivo, a metacontingência pode ser uma grande aliada na produção e organização de bem estar dentro de uma cultura, pois levam a uma consequência previsivel e portanto controlavel. É preciso um reforçador imediato para induzir outro reforçador atrazado. Um exemplo bem sucedido são as campanhas de vacinação, pois são necessários comportamentos operantes de diversos profissionais para que a campanha de certo. Um perfeito exemplo de entrelaçamento de contingências controlada com consequência previsivel, um operante de uma individua server como estimulo discriminativo para outra pessoa e assim se forma uma cadeia de contingências entrelaçadas que levam a uma consequência final reforçadora, previsivel e manipulavel positivamente. No caso a consequência imediata é o evitamento de um surto de determinada doença e como consequências atrazada a erradicação da mesma no futuro.

Me parece muito inteligente o estudo das relaçoes funcionais entre as contingências e uma consequência unica atrazada para todos os operantes entrelaçados.
O conceito de metacontingência é um tanto quanto complicado, mas muito lógico. Temos a contingência como unidade de análise do comportamento de um individuo e a Metacontingência como unidade de análise de uma cultura formada por diversos individuos, cada um com suas contingências se entrelaçando resultando em uma consequência final.

Concluo que a forma de entender e manejar a cultura e os grupo é sem duvida através da metacontingência manipulando variáveis e planejando as consequências desejaveis sempre visando o bem estar e o avanço da qualidade de vida do grupo.

Talvez a resposta para todos os problemas sociais esteja na mão das metacontingências no sentido de termos um instrumento eficiente na criação de campanhas sociais com custo de resposta favoravel a consequência imediata reforçadora e a atrasada também reforçadora.

Nesse caso, o instrumento parece ser realmente promissor.

Marcelo C. Souza
Psicologo

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Personalidade para a Analise do Comportamento e o Budismo

Duas filosofias tão distintas oriundas de duas culturas completamente diferentes e que possuem boas semelhanças ,talvez até mais do que queiram admitir os defensores mais ferrenhos do Behaviorismo Radical.

A cultura Oriental, enfatizando as questões espirituais, autoconhecimento, questões éticas e motivacionais e as ocidentais imersas em uma cultura capitalista prezando o observavel, o palpavel e a ciência que valida, testa e retesta.

O quê será que tem em comum o Budismo Chines com o Behaviorismo Radical quando falamos sobre o conceito de personalidade ?
Vamos contextualizar historicamente quando um paradigma de entendimento da personalidade estava vigente.

Quando Skinner começou a estudar e desenvolver sua teoria, o paradigma existente era puramente mentalista dentro da Psicologia. Uma época onde Freud tinha desenvolvido uma teoria psicodinâmica que era sólida e estava sendo difundida no mundo todo. Diferente do que Freud postulou, Skinner começou falando que a mente como agente imaterial responsavel por todos os acontecimentos que aflingiam o homem não existia. Obviamente essa nova postura defendida por Skinner, (já defendida anteriormente por Watson em seu manifesto ) foi recebida com duras criticas.

Antes do primeiro laboratorio de Psicologia experimental de Wundt , os experimentos de Pavlov e o Behaviorismo Metodológico de Watson não existia espaço para o comportamento propriamente dito. Tudo era atribuido ao inconsciente que Freud, Bauer e todos os que vieram junto descreviam tão bem, e no contexto que estavam imersos explicava todos os questionamentos que uma comunidade se fazia. Nessa epoca Freud e seus colaboradores tinham criado teorias para explicar e descrever o que era a personalidade e como ela influenciaria o aparelho psiquico. A teoria do Inconsciente estava em alta.

Para Freud a Personalidade era uma extrutura interna ordenada em EGO, ID e SUPEREGO, organizada como um sistema que permite manter a saude mental equilibrando forças inconscientes entre o ID ( regido pelo principio do Prazer ) e o superego ( a Lei interiorizada adquirida com a resolução do Complexo de Édipo ) com a mediação do EGO.

A Psicanálise era determinista, ou seja, não existe acontecimento interno que não tenha causa. Todo evento mental é causado conscientemente ou inconscientemente e é determinado pelos fatos que a precederam. Fatos esses que podem ser apenas simbólicos e não necessariamente reais. Freud então se dedicou a explicar as ligações inconscientes que uniam os processos mentais que ligavam um evento a outro.

Mas o que eu quero dizer com tudo isso ?
Por quê estou delimitando uma psicologia Ocidental denominada Behaviorismo Radical focada em comportamentos observaveis e mensuraveis e definindo personalidade das correntes psicodinâmicas e falando em Budismo ?
Bom, Skinner diz que a Personalidade como algo imaterial resultado de processos internos do inconsciente simplesmente não existe. A personalidade como um EU separado não poderia existir em uma análise ciêntifica do Comportamento.

É exatamente ai que behaviorismo Radical e Budismo se aproximam e se chocam com o paradigma de entendimento da personalidade até entao vigente, do mentalismo da Psicanálise.
Skinner diz que “ Personalidade é uma coleção de padrões de comportamento onde estimulos diferentes evocam ou produzem diversos tipos de respostas”. Portanto a emissão de respostas é definida pelo histórico de vida denominada Ontogênese, fatores ambientais e fatores biológicos denominada Filogênese.

Essa nova definição entre a relação do Ambiente, história de vida e Cultura se propõe a mudar o paradigma de personalidade mentalista para um paradigma Behaviorista, onde o Inconsciente é ignorado dando lugar a definição de Niveis de Seleção ( Filogenéticos, Ontogenéticos e Culturais ) como determinantes para a formação da personalidade e não mais como um Eu interno inconsciente, mas como um conjunto de comportamentos que podem ser previstos e controlados.

Skinner responde aos criticos que se relacionarmos o EU ou EGO em comportamento observavel, não existiria a necessidade de falar em personalidade como um eu interior e imaterial que só pode ser descrito ou estudado metafisicamente. O budismo fala a mesma coisa que Skinner afirmou. A filosofia Budista tambem não acredita que exista uma entidade chamada personalidade, algo imaterial e interno criada a partir de conteudos inconscientes e simbólicos. Os budistas, assim como Skinner revelam que existe uma superposição de comportamentos e sensações, mas que nenhuma delas é permanente pois fazem parte de um jogo que é mutavel e constantemente alterado pelo ambiente.

Skinner e os budistas desenvolveram a sua filosofia com base no pressuposto que não existe EU ou Personalidade exceto se considerarmos personalidade como um conjunto de comportamentos observaveis. Tanto o Budismo quanto o Behaviorismo Radical enfatizam que conhecer as causas reais dos comportamentos como resultado de uma história do Ambiente e aspectos Biológicos ajudam a entender o por quê as pessoas se comportam como se comportam. O proprio Skinner diz que "Os maiores problemas enfrentados hoje pelo mundo só poderão ser resolvidos se melhorarmos nossa compreensão do comportamento humano (...) O behaviorismo oferece uma alternativa promissora..." (Skinner, 1974/2004, p.11).

Ambas teorias divergem quanto as causas, pois o Budismo considera os fatores Motivacionais e Éticos e Skinner permanece focado no comportamento em sí entendendo e buscando causas no determinismo ambiental e nas consequências que essas mesmas respostas provocavam no ambiente aumentando ou diminuindo a frequência que uma determinada resposta aconteceria.
Atualmente tem uma boa discussão sobre Fatores Motivacionais e Éticos dentro da Analise do Comportamento.

Alias uma das mais “novas” técnicas utilizadas pela ACT, DBT e FAP é uma adaptação de técnicas budistas de meditação chamada “Minfullness”, e está substituindo alguns dos procedimentos há muito utilizados pelas Terapias Cognitivas Comportamentais para lidar com Comportamentos de Fuga/esquiva. Apesar do mind ( mente ) no nome da técnica, que deixa os Behavioristas mais ortodoxos de cabelos em pé, ela não tem nada de mentalista.

De fato existem muitas relações entre a psicologia Ocidental e as culturas Orientais. Não existe psicologia no Oriente, pois as filosofias orientais buscam fazer exatamente o que a psicologia ocidental se propoe. Aumentar a qualidade de vida e saude dos organismos desse planeta.
Marcelo C. Souza
Psicólogo Clínico

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lei Seca - O outro lado da moeda.

O ano de 2008 foi presenteado com uma nova lei que pretende diminuir os acidentes e mortes no trânsito brasileiro.

A chamada Lei Seca, que pune, com Prisão, apreensão do Veiculo, perda da Carteira de motorista, e multa altíssima, parece que fez efeito. Segundo agências do governo e privadas, o número de acidentes e mortes realmente diminuiram, pois sem motoristas alcoolizados, as ocorrências registradas pelo Corpo de Bombeiros e o SAMU ( Serviço de Atendimento Medico de Urgencia ), foram menores que o mesmo periodo de 2007.
Independente de ser certo ou errado, a abordagem utilizada para evitar motoristas embriagados, baseada unicamente, em Punição por parte do governo e Reforçamento Negativo ,por parte da população, criou algo que não foi esperado, um efeito colateral interessante que talvez as pessoas ainda não tenham dado conta. Motoristas que antes tinham um mínimo de censura quando iam para as noitadas de carro, e controlavam de certo modo, as dosagens de bebidas, passaram a ignorar totalmente o senso de quantidade de alcool. O pensamento vigente passou de: ““Preciso parar de beber umas horas antes; ou mesmo não beber, por que vou dirigir” para: “ Eu vou de taxi mesmo, vou beber tudo e mais um pouco”.
O efeito colateral é que as pessoas nunca beberam tanto alcool como agora. Pois muitos deixam os carros em casa e bebem o máximo que podem sem se importarem com a direção dos veículos. Diminuímos os acidentes por pessoas embriagadas, mas podemos estar criando um outro problema, tão ou mais sério do que a problemática que a Lei Seca se propôs a Reduzir.
Conversei pessoalmente com alguns barmans e donos de bares e estabelecimentos, e o consumo de bebidas, aumentou em, pelo menos, 300%. Os mesmos afirmaram que, desde que a lei seca foi sansionada ,as pessoas não pedem mais por doses e sim por garrafas. Não é raro grupos de amigos comprando camarotes com quantidade de bebida quase ilimitada nas casas noturnas. Segundo alguns freqüentadores, não vale a pena comprar bebidas por dose, pois o custo é muito mais alto do que comprando a garrafa, e já que ninguém vai dirigir, podem beber a vontade.
O curioso é que em muitos dos entrevistados, frases como “ Eu nunca bebi tanto como estou bebendo ultimamente” ou então “ Meu cartão de Credito está estourado com o tanto que eu gasto em bebida nas baladas” ou mesmo “ Eu não preciso dirigir mesmo...” se tornaram muito comum.
A Lei Seca proporcionou uma maior segurança no trânsito, mas induziu um aumento imenso na quantidade de alcool ingerido nas noites. Não preciso dizer que um maior consumo de alcool aliada a uma imensa quantidade de cigarros, são devastadores para a saúde dos freqüentadores desses lugares. Isso sem falar dos colaterais, que o excesso de alcool provoca como, violência, sexo sem proteção, aumentando o numero de infectados com DSTS, gravidez indesejada, entre outros...

Diminuímos as mortes imediatas causadas por motoristas irresponsaveis embriagados, mas a probabilidade de aumentarmos o número de alcoolismo, entre jovens, é incrivelmente mais alta do que antes. Além disso, outros problemas como tabagismo, que vem acompanhado do elevado consumo de álcool, também vai aumentar, e com isso, o custo de cada uma dessas pessoas para a Saúde Pública vai se elevar muito.
A pergunta que penso é: será que não seria mais efetivo se pensar em outro tipo de campanha, baseada em reforçamento positivo, do que em punição? Pois, na melhor das hipóteses, a punição leva à fuga/esquiva. E foi justamente isso que aconteceu. Já que não podemos beber muito, se estivermos dirigindo, então não vamos dirigir e beber mais ainda.
Se por um lado estamos evitando a possível morte de alguém, em um acidente de trânsito, por outro lado estamos apressando a morte de outra pessoa pelos efeitos a medio/longo prazo do alcool.

Realmente, fica o desafio para o governo resolver.

Marcelo C. Souza
Psicologo Clinico

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Sindrome do Panico


Imaginem Rodrigo*, uma vida normal, estuda, trabalha na bolsa de valores de SP. Um dia estava na academia levantando pesos e sentiu uma enorme vontade de sair correndo, seu coração estava disparado e sentia falta de ar, uma angustia enorme e um grande medo de algo que nem ele mesmo sabia. Ficou desesperado pois imaginou que iria ter um ataque Cardiaco. Correu ao hospital e nada foi encontrado nos exames, em poucos minutos Rodrigo estava bem de novo sem entender o que tinha acontecido. (* Nome Aleatorio )

Relatos assim não são incomuns para os psicólogos e psiquiatras. Definida como , Sindrome do Panico, teve uma maior divulgação na decada de 90. Por ter sido mais estudada em todos os seus aspectos, entendemos muito mais suas formas de manifestação alem de uma maior pesquisa na efetividade de tratamentos, seja medicamentoso ou Psicoterapico.

O transtorno do Panico é diferente de outras formas de transtornos de Ansiedade existentes. Os sintomas são como uma preparação Biológica para fugir de uma ameaça inimente de perigo. Se sabe que a Sindrome do Panico é uma ativação dos sistemas de defesa do organismo aparentemente sem nenhuma causa ( embora tenha, mas muitas vezes a pessoa não consegue entende-la ). Essas causas são Bio-psiquicas, ou seja, possuem fundo psicológico e de problemas relacionados a sinapses dos neuro-transmissores.

Se caracteriza por :

  • Contração / tensão muscular, rijeza
  • Palpitações / taquicardia (o coração dispara)
  • Tontura, atordoamento, náusea
  • Dificuldade de respirar ou respiração muito rapida ( Hiperventilação )
  • Calafrios ou ondas de calor, sudorese
  • Confusão, pensamento rápido
  • Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso
  • Medo de morrer
  • Vertigens ou sensação de debilidade
  • Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes aacontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento
  • Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade

Existem diversos subtipos de Sindrome do Panico, em algumas pessoas aparece a forma “pura” sem outros sintomas, mas existem pessoas que apresentam Sindrome do Panico com Agorafobia ( Fobia de Lugares Publicos ou situações onde ficaria muito dificil de fugir caso aconteça um ataque de panico ). Pessoas com Sindrome do Panico com Agorafobia são aquelas que se trancam em casa. Esse subtipo é o mais comum.

O tratamento da Sindrome do Panico sempre é realizado pelo Psicologo e pelo psiquiatra, pois o tratamento envolve medicação. Isso é, medicação que atua diretamente nos processos de ansiedade. Porem a medicação por sí só não é eficiente, sendo necessária a atuação psicoterápica para procedimentos de enfrentamento e controle das crises.

Existem diversos estudos que mostram que a junção do tratamento Psicologico e Psiquiatrico é muito mais eficiente do que tratamentos ou só psicologicos ou só psiquiatricos. Por isso é necessaria a integração dos profissionais da Saude, sempre visando o melhor para o seu cliente.

As Psicoterapias Comportamentais e Cognitivo Comportamentais são as mais eficientes e sempre indicadas para tratamento de Transtornos de Ansiedade como a Sindrome do Panico.

Atenção :

Se conhecerem alguem que possua comportamentos condizentes com a Sindrome do Panico é sempre muito importante procurar um psicologo qualificado ou um medico para averiguar a possibilidade de Panico e começar o tratamento mais efetivo para aquela pessoa.

Sindrome do Panico é uma doença, não é loucura e não é falta de vergonha como muito se pregou no passado. Hoje sabemos que é uma doença que causa intenso sofrimento e deve ser tratada o mais rapido possivel para que a pessoa recupere sua alegria de viver sem estar sempre ansiosa e com medo de ter outro ataque.

Marcelo C. Souza
Psicólogo

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Depressão



Todos nós já ouvimos falar pelo menos uma vez na vida sobre a depressão. Mas afinal, o que é a depressão ?
Depressão é uma doença multi sintomática. Possui implicações neuro-quimicas e psicológicas intensas. Para a Analise do Comportamento, a depressão se instala quando um individuo perde seus reforçadores que outrora eram sempre disponiveis. Para Freud, a depressão aparece quando um acontecimento real ou imaginario faz com que a pessoa não perceba a perda vivida e confunda com a perda do próprio ego.

Independente das linhas teóricas que a tentam definir, a depressão é uma doença que paraliza o individuo, causando inumeros transtornos. Possui caracteristicas como apatia, irritabilidade, queda na libido, falta de apetite, insonia ou sono excessivo, choro, falta de prazer para atividades que antes lhe agradavam entre outras. É muito importante salientar que a Depressão não é falta de força de vontade e é uma doença séria que pode levar a morte. Ela alem de ter implicações psicologicas e sociais fortissimas ainda possui fundo neuro quimico, as pessoas simplesmente não tem controle sobre seus atos e sentimentos quando o desequilibrio quimico e psicologico é intenso. Mais de 60% dos suicídios são atribuíveis a depressão. A maioria das pessoas deprimidas não procura tratamento médico e, das que procuram, apenas metade são diagnosticadas como tal.

O médico Gil Serra Regalino lembra que a maior parte das pessoas que apresentam quadro de depressão sequer tem noção da doença. “Problemas mal resolvidos vão se acumulando e causando uma pressão interior tão grande, um grau de insatisfação e frustração tão intenso, que a pessoa não enxerga mais a ‘luz no fim do túnel’. Muitas vezes não enxerga nem o próprio túnel, ou seja, o ambiente que está causando aquele estado emocional depressivo”.

Existem diversos tipos de depressão como a Depressão Maior, Depressão Bipolar, Distimia, Depressão Reativa, etc...

A depressão é tratavel quando bem diagnosticada por um psicologo ou um psiquiatra competente e qualificado para tal. Muitas vezes a depressão não é uma causa e sim um sintoma de outra doença como o Hipotiroidismo. É necessario um bom profissional para o diagnóstico.O tratamento é feito pelo Psicologo e pelo Psiquiatra com antidepressivos se necessário. A psicoterapia é extremamente eficiente nos casos de depressão, principalmente as abordagens Comportamentais ou Comportamentais cognitivas. A medicação nem sempre é necessária, porem cada caso é um caso e somente um Medico Psiquiatra pode receitar medicamentos.

Na duvida, se tiver um amigo ou um parente com algum dos sintomas caracteristicos da Depressão é sempre importante tentar fazer a pessoa procurar um psicologo ou psiquiatra qualificado para que se verifique a possibilidade de uma depressão e com isso poder começar o tratamento mais adequado o mais rapido possivel.

Marcelo C. Souza
Psicólogo

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Crianças birrentas - O que fazer ?


http://br.youtube.com/watch?v=ZjZrx0ZOKRs


Uma duvida muito frequente que aparece nos consultórios de psicologia e de educadores é relativa ao comportamento de birra. Hoje em dia vemos que as crianças aprenderam a conseguir tudo que o seu desejo quer atravéz de uma tatica manipulatória muito interessante. Usam uma habilidade incrivel de constranger os pais através de gritos, choro intenso ou mesmo comportamentos auto lesivos.
Os pais por sua vez por não aguentarem a cena do filho gritando e se debatendo em um ambiente publico acabam reforçando o comportamento de birra. A criança é condicionada, ou seja, a criança aprende que toda vez que se comportar de força birrenta vai ganhar o que quer. Isso acaba fortalecendo ainda mais o comportamento problema.
Os mecanismos que fazem a birra dar certo muitas vezes são sociais, pois os pais ficam muito constrangidos com o comportamento da criança e sentem que estão sendo julgados como pessimos pais pelas outras pessoas. Para acabar com a cena rapidamente, geralmente os pais acabam fazendo a vontade da criança criando um circulo vicioso , pois a consequência do comportamento da criança é sempre positivo e reforçador. Por outro lado tambem existe a dificuldade dos pais em lidar com o "sofrimento" do filho naquele momento pois acabam não suportando o choro do filho e não conseguem lidar com a situação.

O video nos mostra uma criança com comportamento altamente birrento e manipulador que a todo momento tenta chamar a atenção dos pais para aquilo que deseja no momento. Os pais da criança do Video parecem estar utilizando uma técnica comportamental muito eficiente chamada Extinção de respostas, onde a criança pode chorar a vontade que o comportamento de birra nao vai ser reforçado de forma nenhuma. Com esse procedimento se espera que a criança perceba que o seu comportamento birrento não vai ser consequênciado positivamente ou seja, mesmo que ela chore por horas a consequência reforçadora não vai ser apresentada levando o comportamento de birra a extinção.
O problema dessa técnica é que por definição quando tentamos extinguir um comportamento, a frequência de resposta desse mesmo comportamento vai sofrer um imenso aumento pois a criança vai tentar alcançar a consequência reforçadora e portanto vai aumentar a intensidade dos seus esforços.
No video percebemos claramente que a criança quando começa a entender que ninguem esta dando bola para a birra, ela varia o comportamento. Ela segue os pais e quando os ve cai no chão e retoma toda a série de comportamentos que outrora eram consequênciados positivamente.
Pelo video percebemos que o comportamento birrento é especialmente dificil de se extinguir e especificamente nessa criança, a birra é resistente a extinção. Pois provavelmente, ela foi reforçada de forma intermitente e intensa.
É preciso um treino com os pais para que a técnica seja aplicada com sucesso, pois muitas vezes os pais não conseguem ir até o fim por não suportarem o "sofrimento" do filho e acabam reforçando o comportamento depois de algum tempo. Isso é terrivel pois o esquema de reforço intermitente fortalece o comportamento problema enormemente, ficando cada vez mais dificil a extinção.
Em todo caso é muito interessante sempre consultar um Psicologo competente e qualificado para que todas as duvidas sejam dirimidas. Afinal, criar um filho é uma tarefa ardua. Mas que sempre é altamente recompensadora.

Marcelo C. Souza
Psicólogo

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Avaliação Psicológica

Muito se fala sobre a avaliação psicológica, mas o que vem a ser a avaliação ? Por que ela é importante ? A avaliação comportamental é o primeiro passo para a psicoterapia. É atravez dela que podemos definir o começo do planejamento de tratamento e começar a pensar em hipoteses diagnosticas. Desde o primeiro momento que o cliente entra em contato com o terapeuta , já esta falando sobre si mesmo e portanto é passivel de observação direta do terapeuta para colher informações.

Em uma definição mais ampla a analise comportamental consiste em estabelecer as relações entre as variaveis que mantem um comportamento alvo. A avaliação é base para a analise funcional e posterior aplicação de técnicas ( quando necessárias). Começa desde a primeira entrevista e é um continuo dentro da terapia comportamental. O metodo investigativo é feito atraves de entrevistas com o proprio cliente ou com terceiros como pais, irmaõs ou responsaveis, perguntas abertas, fechadas ou semi abertas. Alem disso pode se utilizar testes psicologicos e escalas padronizadas de medição e enquadramento de sintomas como o DSM ou CID.

A avaliação comportamental é importantissima dentro do contexto terapeutico pois é atravéz dela que podemos definir as ferramentas que o cliente possui para lidar com os problemas que o aflingem e em que ponto as contingencias estão sendo prejudiciais. É preciso muito tato e muito cuidado com o diagnostico psiquiatrico, muitas vezes exigido, principalmente pelos convenios medicos pois a função do diagnostico nao é estigmatizar o cliente e sim dar parametros aos profissionais que entendam e possam com isso lidar com os comportamentos alvo. Ressalto ainda que é a partir das hipoteses diagnósticas que o terapêuta baseia seu raciocinio clinico e testa através das suas perguntas e intervenções a validade dessas mesmas hipóteses.

Enfim, a avaliação psicológica é o marco para onde começa a psicoterapia e é o inicio do conhecimento do cliente buscando informações na sua historia de vida, contingências atuais que sustentam suas respostas e tudo aquilo que é definido pelo cliente como comportamentos problema.

Marcelo C. Souza
Psicologo

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Modelação - Children see, Children do

http://www.youtube.com/watch?v=CWUtywfwsMw

"... Quer exista ou não algo como imitação nao aprendida ou inata, uma coisa é certa: A imitação pode ser ensinada. Usando-se os procedimentos de condicionamento - tornando o reforço contingente à repetição do ato do outro - um organismo pode ser levado a imitar" ( Keller e Schoenfeld, 1950/1973, pag 378).
Imitação é um processo de aprendizagem pelo qual os individuos aprendem comportamentos novos ou modificam antigos por meio da observação de um modelo. Isso ocorre porque existe a probabilidade das pessoas serem reforçadas pelas mesmas consequências que reforçam o comportamento do modelo ( Keller e schoenfeld 1950/1973 : Bandura, 1969/1979; Malott, 1971/1981; Striefel, 1975; Mikulas 1977; Skinner 1989/1991; Baum 1994/1999; Catania 1998/1999).

Tanto a Imitação quanto a modelagem permitem ao individuo adquirir novos comportamentos. Mas por lógica a imitação é um comportamento aprendido através da observação de um modelo enquanto que na modelagem o comportamento é aprendido através de aproximação sucessiva se reforçando diferencialmente cada resposta que pertence a mesma classe para que se chegue no comportamento final desejado.

A historia mostra que os procedimentos de modelação e modelagem nos fizeram continuar nesse planeta. Afinal, toda vez que vemos como nossos pais fazem uma determinada tarefa e são bem sucedidos, tendemos a tentar imitar esse mesmo comportamento para que sejamos reforçados como os modelos são. Filogenéticamente isso foi muito importante. Observando os mais velhos caçando conseguimos sobreviver por muitos seculos e as técnicas de sobrevivencia são passadas de geração em geração. A natureza utiliza muito o processo de imitação, só observarmos um animal selvagem. Logo após seu nascimento em pouco tempo já esta observando os pais nas caçadas e aprende por observação como deve se fazer e repete.

Mas se os processos de Imitação e modelagem são tão importantes para a sobrevivencia humana, então porque o video Children see, Children Do nos chama tanto a atenção ?
A imitação do modelo pode ser perigosa tambem, pois o mesmo nem sempre é adequada dentro de certos limites culturais e sociais. Mesmo lembrando da pluralidade da espécie humana, os modelos são escolhidos dentro da cultura vigente do local onde está inserida e mais do que isso, qual é o papel reforçador de se imitar um modelo ?

Sabemos que uma criança imita seus pais e se sentem poderosas com isso, porêm será que os pais entendem que são modelos aos seus filhos ? Será que os pais entendem que certos comportamentos são passados de forma quase que inevitavel ?
Claro que existe uma grande diferença em ser um modelo para uma criança que ainda está desenvolvendo seu repertório comportamental e ser um modelo para um homem adulto.
O video é um alerta que não se pode ignorar, precisamos rever urgentemente os nossos conceitos e começarmos a pensar no que estamos fazendo com nossas crianças.

A luz do Beraviorismo Radical, o que podemos fazer ?? Não apenas nos mantendo nos consultorios, mas partindo pra politicas publicas, sociais, trabalhos socio-educativos etc...
Quando estava pensando nisso ouvi muitas pessoas, algumas da área da Psicologia e outras não e elas diziam que não devemos pensar, devemos fazer, colocar a mão na massa. De pensadores o mundo está cheio.

Mas ai comecei a pensar em outra questao. Ir e fazer é uma resposta óbvia, mas pergunto, fazer o quê ? Com que estratégia ? Quais parametros utilizar ? O que ja se tem de estudos nessa área ?Ir e fazer como ? Ir a viadutos e dar bebida e comida para moradores de rua ? É uma coisa boa ?

Bom, ja temos estudos que afirmam que ao fazer isso apenas reforçamos a vontade dessas pessoas em continuar na rua, portanto não resolvemos o problema apenas reforçando uma comportamento que gostariamos de extinguir. Pode se demorar a voltar com a comida, mas sempre se volta. E sabemos que o Reforço Intermitente é especialmente muito dificil de ser extinto.

O quê nao tira a bondade do ato, mas tal qual uma criança que nunca é frustrada, no futuro teremos problemas, pois ela esta sendo reforçada em algo que nao vai lhe ajudar .A questao nao é o quê fazer, mas como fazer.Nesse sentido devemos pensar de forma mais ampla, entendendo os mecanismos sociais que regulam a nossa sociedade e como podemos entender os reforçadores e punidores que à mantem da forma que está e como podemos extinguir os repertorios nao adaptativos.

Eu imagino que nem podemos falar em extinção ja que por definição ao se utilizar dela a frequência de comportamentos que se quer extinguir aumenta enormemente podendo levar ao situações até de perigo pois estamos falando da area social. O que estamos fazendo especificamente para mudarmos o mundo ???

O quê estou tentando dizer é : O quê devemos fazer, como devemos fazer e quais politicas adotar para que a sociedade mude seus valores e fique sobre controle de outros estimulos que visam o potencial humano e a saude.
Entendi quando é dito que que é preciso atitude. Mas por expêriencia vejo que atitude por si só pode ser perigosa, pois podemos estar sob controle de outras variaveis que não seriam eficientes para a resolução do problema, mas com topografias diferentes que mantenham o problema, mesmo que na forma pareça que estamos tentando resolve-lo.
A pergunta final, que na verdade já foi repetido inumeras vezes dentro desse texto é : O que estamos fazendo com as nossas crianças ?

Marcelo C. Souza
Psicólogo